10.10.14

Triunfo Sobre a Morte

João, o discípulo amado, estremeceu ante a ideia de ser o corpo do querido Mestre levado por mãos de rudes e insensíveis soldados para ser sepultado num lugar de desonra. Não via, porém, nenhum meio de evitá-lo, visto que não tinha nenhuma influência sobre Pilatos.{FPV 16.1}

Nessa situação angustiosa, os discípulos foram gentilmente auxiliados por José e Nicodemos.{FPV 16.2}
Esses homens eram membros do sinédrio, e conhecidos de Pilatos. Ambos eram homens abastados e de influência. Eles resolveram que o Salvador devia ser sepultado com as devidas honras.{FPV 16.3}
O primeiro foi ter corajosamente com Pilatos e solicitou-lhe o corpo de Jesus. Pilatos, depois de se haver informado de que Jesus estava realmente morto, acedeu ao pedido. {FPV 16.4}
Enquanto José foi ter com Pilatos, Nicodemos fez os preparativos para o sepultamento. Era costume naquele tempo embalsamar o corpo do morto com preciosos unguentos e envolvê-lo em lençóis de linho. Assim, Nicodemos trouxe cerca de cem libras de um preparado de mirra e aloés, para embalsamar o corpo do Mestre.{FPV 17.1}
Era José possuidor de um sepulcro, recentemente talhado em rocha viva, para si mesmo; mas foi
então preparado para Jesus. Embalsamado o corpo com unguento, envolveram-no em lençol de linho e o deitaram ali.{FPV 17.2}
Havia-se empregado o máximo cuidado na segurança do sepulcro, pondo-se-lhe à entrada uma grande pedra. Essa pedra foi selada com o selo romano, de modo a não poder ser removida sem violação do selo.{FPV 17.3}
Uma guarda, formada por soldados romanos, foi colocada junto ao sepulcro para vigiá-lo e não permitir que alguém viesse molestar o morto. As sentinelas revezavam-se constantemente, rondando uma enquanto outras descansavam no chão. {FPV 17.4}
Junto ao sepulcro havia, porém, ainda outra guarda, constituída de anjos poderosos tirados dos exércitos celestiais. Qualquer desses anjos era dotado de força suficiente para destruir todo o exército romano.{FPV 18.1}
A noite que precede a manhã do primeiro dia da semana passou lentamente, aproximando-se a hora mais escura que precede a alva.{FPV 18.2}
Do trono de Deus foi enviado um dos poderosos anjos. Seu rosto é reluzente como o relâmpago e as vestes brancas como a neve. Diante dele se dissipam as trevas e todo o céu é iluminado com o resplendor de sua glória.{FPV 18.3}
Os soldados adormecidos ergueram-se precipitados como um só homem, mirando espantados o céu aberto e a figura luminosa que deles se aproximava.{FPV 18.4}
A terra tremeu e se contorceu à aproximação desse ente assombroso do mundo invisível. O anjo veio em cumprimento de gloriosa missão; e pela velocidade e força do seu voo fez estremecer a terra como se fosse um terremoto. Os soldados e centuriões caíram como mortos. Outra falange fazia também a guarda à entrada do sepulcro. Esta era formada de espíritos maus. Cristo estava morto e Satanás, que presumia ter ainda o império da morte, reclamava-O como seu justo despojo. {FPV 18.5}
Os anjos de Satanás ali estavam para impedir que poder algum lhes arrebatasse a Jesus. Mas, ao aproximar-se o emissário glorioso da parte de Deus, fugiram todos precipitados, abandonando o sepulcro.{FPV 19.1}
O anjo tomou a grande pedra, rolou-a como se fosse um pequeno seixo, e com um brado que fez estremecer a terra exclamou: “Jesus, Filho de Deus, Teu Pai Te chama!” Então Aquele que conquistara o poder sobre a morte e a sepultura saiu do sepulcro com passo triunfante e proclamou: “Eu sou a ressurreição e a vida.” A hoste angélica curvou-se em adoração ao Redentor e saudou-O com hinos de louvor.{FPV 19.2}

Ao ressurgir, a terra estremeceu, faiscaram raios e trovões ribombaram. Um terremoto havia assinalado o momento em que Jesus depôs Sua vida, outro assinalava a hora em que tornava a tomá-la triunfantemente. Satanás ficara furioso ao ver seus anjos debandarem diante do anjo celestial. Acariciara a esperança de que Cristo não tornaria à vida; abandonou-a, porém, ao vê-Lo ressurgir vencedor. Estava convencido, pois, de que seu reino teria fim e de que ele próprio havia de ser finalmente aniquilado. {FPV 19.3}

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