2.11.13

Parábolas sobre o Reino de Deus

Azeite nas vasilhas
As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas. Mateus 25:3, 4. {RP 15.1}
Muitos aceitam a verdade prontamente, mas não a assimilam, e sua influência não é duradoura. São semelhantes às virgens néscias, que não tinham azeite em suas vasilhas com as lâmpadas. O azeite é um símbolo do Espírito Santo, que é introduzido na alma pela fé em Jesus Cristo. Aqueles que examinam diligentemente as Escrituras com muita oração, que confiam em Deus com firme fé, que obedecem aos Seus mandamentos, estarão entre os que são representados como virgens prudentes. Os ensinamentos da Palavra de Deus não são Sim e Não, mas Sim e Amém. {RP 15.2}
O preceito do evangelho é de grande alcance. O apóstolo declara: “Tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai.” Colossences 3:17. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31. A piedade prática não será alcançada dando-se às grandiosas verdades da Bíblia um espaço do lado de fora do coração. A religião da Bíblia precisa ser introduzida nas grandes, bem como nas pequenas questões da vida. Ela precisa prover os poderosos motivos e princípios que governem o caráter e o procedimento do cristão. ... {RP 15.3}
O azeite de que tanto necessitavam os que são representados como virgens néscias não é algo a ser posto por fora. Eles precisam introduzir a verdade no santuário da alma, para que purifique, aprimore e santifique. Não é de teoria que eles precisam, e sim dos sagrados ensinamentos da Bíblia, que não são doutrinas incertas e desconexas, mas verdades vivas, que envolvem interesses eternos centralizados em Cristo. Nele se encontra o sistema completo da verdade divina. A salvação da alma, pela fé em Cristo, é o fundamento e a coluna da verdade. {RP 15.4}
Os que exercem verdadeira fé em Cristo manifestam isso pela santidade de caráter, pela obediência à lei de Deus. Percebem que a verdade, assim como é em Jesus, atinge o Céu e abrange a eternidade. Compreendem que o caráter do cristão deve representar o caráter de Cristo e estar cheio de graça e de verdade. É-lhes comunicado o azeite da graça, que faz com que a luz permaneça acesa. O Espírito Santo no coração do crente torna-o completo em Cristo. — The Review and Herald, 17 de Setembro de 1895. {RP 15.5}
Constante fluxo de azeite
Tornando a falar-lhe, perguntei: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro, que vertem de si azeite dourado? Ele me respondeu: Não sabes que é isto? Eu disse: Não, meu senhor. Então, ele disse: São os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a Terra. Zacarias 4:12-14. {RP 16.1}
A contínua comunicação do Espírito Santo à igreja é representada pelo profeta Zacarias sob outra figura, que contém maravilhosa lição de encorajamento para nós. O profeta declara: “Tornou o anjo que falava comigo e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono, e me perguntou: Que vês? Respondi: Olho, e eis um candelabro todo de ouro e um vaso de azeite em cima com as suas sete lâmpadas e sete tubos, um para cada uma das lâmpadas que estão em cima do candelabro. Junto a este, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e a outra à sua esquerda. {RP 16.2}
“Então, perguntei ao anjo que falava comigo: Meu senhor, que é isto? ... Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. ... Tornando a falar-lhe, perguntei: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro, que vertem de si azeite dourado? ... Então, ele disse: São os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a Terra.” Zacarias 4:1-14. {RP 16.3}
Das duas oliveiras, o azeite dourado era conduzido através de tubos de ouro, para o bojo do candelabro e daí para as lâmpadas de ouro que iluminavam o santuário. Assim também, dos santos que permanecem na presença de Deus, Seu Espírito é transmitido aos instrumentos humanos que se consagram ao Seu serviço. A missão dos dois ungidos é comunicar luz e poder ao povo de Deus. É para receber bênçãos para nós que eles estão na presença de Deus. Como as oliveiras esvaziam-se nos tubos de ouro, assim procuram os mensageiros celestes comunicar tudo o que recebem de Deus. Todo o tesouro celestial aguarda nosso pedido e recepção; e, ao receber a bênção, devemos transmiti-la a outros. É assim que as lâmpadas sagradas são abastecidas, e a igreja se torna portadora de luz no mundo. — The Review and Herald, 2 de Março de 1897. {RP 16.4}
Fermento em nosso coração
Disse mais: A que compararei o reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. Lucas 13:20, 21. {RP 17.1}
Esta parábola ilustra o poder penetrante e assimilador do evangelho, que deve moldar a igreja à semelhança divina, atuando nos corações dos membros individuais. Assim como o fermento age na farinha, o Espírito Santo age no coração humano, absorvendo todas as suas faculdades e aptidões, pondo alma, corpo e espírito em harmonia com Cristo. {RP 17.2}
Na parábola, a mulher colocou o fermento na farinha. Ele era necessário para suprir uma necessidade. Com isso, Deus queria ensinar-nos que, por si mesmo, o homem não possui os atributos da salvação. Ele não pode transformar-se pelo uso de sua vontade. A verdade tem de ser recebida no coração. Assim o fermento divino realiza sua obra. Por seu poder transformador e vitalizante, produz uma mudança no coração. São despertados novos pensamentos, novos sentimentos, novos propósitos. A mente é transformada, as faculdades são postas em atividade. O homem não é provido de novas faculdades, mas as faculdades que possui são santificadas. É despertada a consciência que até então estava morta. Mas o homem não pode fazer essa mudança por si mesmo. Ela só pode ser efetuada pelo Espírito Santo. Todos os que querem ser salvos, quer sejam altos ou baixos, ricos ou pobres, precisam submeter-se à atuação desse poder. {RP 17.3}
Esta verdade é apresentada nas palavras de Cristo a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. ... O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de Eu te dizer: Importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.” João 3:3-8. {RP 17.4}
Quando nosso espírito é dirigido pelo Espírito de Deus, compreendemos a lição ensinada pela parábola do fermento. Os que abrem o coração para receber a verdade compreenderão que a Palavra de Deus é o grande instrumento na transformação do caráter. — The Review and Herald, 25 de Julho de 1899. {RP 17.5}
Água viva a ser partilhada
Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. João 4:14. {RP 18.1}
Como o plano da redenção começa e finda com um dom, assim ele deve ser levado adiante. O mesmo espírito de sacrifício que nos adquiriu a salvação habitará no coração de todos quantos se tornarem participantes do dom celestial. Diz o apóstolo Pedro: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” 1 Pedro 4:10. Disse Jesus a Seus discípulos, quando os enviou: “De graça recebestes, de graça dai.” Mateus 10:8. Na pessoa que se acha plenamente em harmonia com Cristo não pode haver nada de egoísmo ou exclusivismo. O que bebe da água viva perceberá que ela é “nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. João 4:14. O Espírito de Cristo é, dentro dele, como uma nascente manando no deserto, fluindo para refrigerar a todos e tornando os que se acham prestes a perecer ansiosos de beber da água da vida. {RP 18.2}
Foi o mesmo espírito de amor e abnegação que habitou em Cristo, que impeliu o apóstolo Paulo a seus múltiplos labores. “Sou devedor”, ele diz, “tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.” Romanos 1:14. “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.” Efésios 3:8. {RP 18.3}
Nosso Senhor pretendia que Sua igreja refletisse para o mundo a plenitude e suficiência que nEle encontramos. Recebemos constantemente bênçãos de Deus, e partilhando-as por nossa vez, representamos para o mundo o amor e a beneficência de Cristo. Enquanto todo o Céu está em atividade, enviando mensageiros a todas as partes da Terra, para levar avante a obra da redenção, a igreja do Deus vivo também deve colaborar com Jesus Cristo. Somos membros de Seu corpo místico. Ele é a cabeça, regendo todos os membros do corpo. O próprio Jesus, em Sua infinita misericórdia, está trabalhando em corações humanos, efetuando transformações espirituais tão surpreendentes que os anjos as contemplam com estupefação e alegria. — The Review and Herald, 24 de Dezembro de 1908. {RP 18.4}
Seiva vivificante
Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Atos dos Apóstolos 19:1, 2. {RP 19.1}
Há muitos hoje em dia tão ignorantes da obra do Espírito Santo sobre o coração quanto o eram os crentes de Éfeso; não há entretanto verdade mais claramente ensinada na Palavra de Deus. Profetas e apóstolos têm-se demorado sobre este tema. Cristo mesmo chama nossa atenção para o crescimento do mundo vegetal, como uma ilustração da operação de Seu Espírito no suster a vida espiritual. A seiva da vinha, subindo da raiz, é difundida para os ramos, promovendo o crescimento e produzindo flores e frutos. Assim o poder vitalizante do Espírito Santo, que emana do Salvador, permeia a alma, renova os motivos e afeições e leva os próprios pensamentos à obediência da vontade de Deus, capacitando o que recebe a produzir os preciosos frutos de obras santas. {RP 19.2}

O Autor desta vida espiritual é invisível, e o método exato pelo qual é esta vida repartida e mantida está além da capacidade da filosofia humana explicar. Todavia as operações do Espírito estão sempre em harmonia com a Palavra escrita. Como sucede no mundo natural, assim também se dá no espiritual. A vida natural é preservada a todo o momento pelo divino poder; todavia não é sustentada por um milagre direto, mas mediante o uso de bênçãos colocadas ao nosso alcance. De igual forma é a vida espiritual sustentada pelo uso dos meios supridos pela Providência. Se o seguidor de Cristo quiser crescer até chegar “a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13), precisa comer do pão da vida e beber da água da salvação. Precisa vigiar, orar e trabalhar, dando em todas as coisas atenção às instruções de Deus em Sua Palavra. — Atos dos Apóstolos, 284, 285. {RP 19.3}

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