14.7.13

Quanto Valemos?

O Senhor deseja que cada um de nós seja decididamente sincero. Não nos podemos permitir um erro em assuntos espirituais. A questão de vida e morte quanto a nós, é: "Que farei para que me possa salvar - salvar eternamente?" "Que farei para herdar a vida eterna - uma vida que se meça pela vida de Deus?" Esta é uma pergunta que nos convém, a cada um, considerar cuidadosamente. ...
Enquanto vivemos neste mundo devemos ser a mão ajudadora de Deus. Paulo declarou: "Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus." I Cor. 3:9. Devemos cooperar com Deus em toda medida que Ele deseja executar. Estamos nós cumprindo o eterno desígnio de Deus? Estamos buscando dia a dia ter a mente de Cristo e fazer Sua vontade em palavras e obras?
Em que condição se encontra hoje a família humana! Tendes acaso visto nunca dantes tal tempo de confusão - de violência, de homicídio, roubo e toda espécie de crime? Onde, neste tempo, nos achamos nós, individualmente?
No capítulo cinquenta e oito de Isaías, lemos a respeito daqueles que jejuam "para contendas e debates" e "para dardes punhadas impiamente" e aprendemos que Deus não aceitará esse jejum. "Não jejueis como hoje", declara Ele, "para fazer ouvir a vossa voz no alto." Isa. 58:4.
"Seria este o jejum que Eu escolheria: que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor?
"Porventura não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo [em vez de atá-las]? e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?" Isa. 58:5-7.
Recompensa
"Então [depois de praticarem essas obras de misericórdia e necessidade] romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda." Isa. 58:8.
Devemos pôr em prática os preceitos da lei, e assim temos a justiça diante de nós; a retaguarda será a glória de Deus. A luz da justiça de Cristo será nossa vanguarda, e a glória do Senhor será nossa retaguarda. Demos graças ao Senhor por esta certeza. Fiquemos sempre numa posição em que o Senhor Deus do Céu nos possa favorecer. Consideremos que é nosso alto privilégio estar em ligação com Deus - servir-Lhe de mão ajudadora.
No grande plano de Deus para redenção da raça perdida, Ele Se colocou na necessidade de empregar os instrumentos humanos como Sua mão ajudadora. Ele precisa ter uma mão ajudadora para atingir a humanidade. Precisa ter a cooperação dos que hão de ser ativos, prontos a ver oportunidades, prontos a discernir o que precisa ser feito por seus semelhantes.
Cristo deu a vida por homens e mulheres pecadores. Desejava salvar a raça de uma vida de transgressão para a vida de obediência e justiça; e aos que O aceitam como seu Redentor Ele oferece a mais preciosa recompensa que o Céu pode outorgar - isto é, a herança da vida eterna. ...
Oh! se pudéssemos compreender mais plenamente o preço infinito que foi pago por nossa redenção! Paulo declara: "Fostes comprados por bom preço" (I Cor. 6:20); e é verdade; pois o preço pago não é nada menos que a vida do unigénito Filho de Deus. Consideremos todos isto. Podemos recusar os convites que Cristo nos envia; podemos negligenciar Seu oferecimento de perdão e paz; permanece, porém, um fato, que cada um de nós foi comprado por preço - o precioso sangue do Filho de Deus. Portanto, "considerai, pois, Aquele". Heb. 12:3.Custastes muito. "Glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." I Cor. 6:20. Aquilo que considerais como vosso é de Deus. Cuidai de Sua propriedade. Ele vos comprou com preço infinito. Vosso espírito pertence-Lhe. Que direito tem uma pessoa de maltratar um corpo que não lhe pertence, mas ao Senhor Jesus Cristo? Que satisfação pode alguém ter em diminuir gradualmente as faculdades do corpo e da mente mediante condescendências egoístas de qualquer espécie?
Deus deu a todo ser humano um cérebro. Deseja que ele seja usado para glória Sua. Por meio dele é o homem habilitado a cooperar com Deus em esforços para salvar semelhantes mortais prestes a morrer. Não possuímos demasiado poder cerebral ou faculdades de raciocínio. Cumpre-nos educar e exercitar toda faculdade da mente e do corpo - o mecanismo humano que Cristo adquiriu - de maneira a podermos pô-lo no melhor uso possível. Devemos fazer tudo quanto pudermos para fortalecer essas faculdades; pois Deus Se agrada de que nos tornemos mais e mais eficientes colaboradores Seus.
Diz-se daqueles que fizerem fielmente sua parte: "Somos cooperadores de Deus." I Cor. 3:9. Separado do auxílio divino, o homem bem pouco pode fazer; mas o Pai celeste e Seu Filho estão prontos a trabalhar por meio de todo aquele que se consagra inteiramente no altar do serviço. Toda alma diante de mim pode cooperar com Deus, e trabalhar de maneira aceitável para Ele. O Senhor deseja que todos nós nos arregimentemos. Ele deu a todo homem determinada obra, segundo suas várias aptidões. ...
Experiência Individual
Na idade de dezassete anos, quando todos os meus amigos me consideravam uma inválida para a vida em resultado de rude acidente que sofri na infância, um visitante celeste veio e me falou, dizendo: "Tenho uma mensagem para dares." "Ora", pensei, "há certamente um grande engano em qualquer parte." Novamente foram proferidas as palavras: "Tenho uma mensagem para dares. Escreve para o povo aquilo que eu te der." Até então minha mão trêmula não havia sido capaz de escrever uma linha. Respondi: "Não posso fazê-lo; não posso fazê-lo." "Escreve! escreve!" foram as palavras proferidas outra vez. Tomei papel e pena, e comecei a escrever; e quanto tenho escrito desde então, é impossível calcular. A força, o poder, era de Deus.
Desde aquele tempo, os livros que tenho escrito têm sido publicados em muitas, muitas línguas, e têm ido a todas as partes da Terra. Faz pouco tempo recebi notícia de que um exemplar de um de meus livros fora benevolamente recebido pela rainha da Alemanha, e que ela escrevera bondosa carta expressando apreciação do volume. Ao Senhor seja todo louvor.
Não podemos, de nós mesmos, fazer bem algum. Temos, porém, o privilégio de colocar-nos na devida relação para com Deus, e decidir que, com Seu auxílio, faremos nossa parte nessa obra, para melhorá-la. Na vida daqueles que humildemente, e todavia sem vacilar cumprem esta resolução, revelar-se-á a glória de Deus. Sei isso por experiência. Não tenho tido nenhum poder de mim mesma. Tenho compreendido que preciso lançar minha alma impotente sobre Jesus Cristo; e em resultado de assim fazer, de orar e de crer, a salvação de Deus tem ido adiante de mim, e a glória do Senhor tem seguido.
Digo-vos aquilo que sei, para vosso encorajamento e conforto. Ponhamo-nos todos na devida relação para com Deus.
Que satisfação se pode achar em seguir as modas do mundo? Tendes obra melhor a fazer. Moldar o caráter. Empregai toda capacidade, todo nervo, todo músculo, pensamento e ação para a glória de Deus. Vereis então, como nunca o fizestes, indo adiante de vós a salvação de Deus.
Oh! Não tenho de que me queixar. O Senhor nunca me faltou. Depus na sepultura meu marido há vinte e dois anos; e vários anos mais tarde, quando foi tomada a decisão de que mais missionários deviam ir à Austrália para se unirem aos poucos que haviam sido enviados, para lá fomos nós mesmos para fortalecer as mãos de nossos irmãos e estabelecer a obra nos devidos moldes nesse novo centro. Ali fizemos muita obra pioneira.
Ajudando a Estabelecer uma Escola
Vimos a grande necessidade de uma escola em que promissores jovens de ambos os sexos pudessem ser preparados para o serviço do Mestre; e fomos direto para as matas em Nova Gales do Sul, compramos mil e quinhentos acres de terra, e aí estabelecemos uma escola missionária distante das cidades. ...
Regressamos três anos atrás à América do Norte. Outros foram enviados à Austrália para tomar nossos lugares. A obra continuou a crescer; todos os esforços têm sido acompanhados de prosperidade. Gostaria de que pudésseis ler as cartas que nos chegam. Indubitavelmente, ouvistes falar da terrível seca que ocasionou fome em tantas regiões da Austrália durante os passados dois anos. Centenas de milhares de ovelhas e gado e cavalos pereceram. Em todas as colónias, e em especial em Queensland, o sofrimento e prejuízos materiais foram grandes.
O lugar escolhido para nossa escola missionária, porém, tem tido suficiente chuva para a boa terra de pasto e abundantes colheitas; na verdade, nas assembleias legislativas e nos jornais das grandes cidades foi especificado como "o único lugar verde em toda a Nova Gales do Sul".
Não é isto notável? Não tem o Senhor abençoado? De uma das notícias recebidas, sabemos que o ano passado três mil e quinhentos quilos de mel da melhor qualidade foram produzidos nos terrenos da escola. Grandes quantidades de hortaliças foram cultivadas, e a venda do excesso tem sido fonte de considerável lucro para a escola. Tudo isso é bastante animador para nós; pois tomamos uma terra inculta, e ajudamos a levá-la a seu atual estado frutífero. Ao Senhor rendemos todo o louvor.
Em toda terra e em toda comunidade há muitas ocasiões para serviço prestativo. Mesmo nesses vales em que ora vivemos, há famílias que necessitam auxílio no sentido espiritual. Atentai para esses. Empregai vosso talento, habilidade, ajudando-os. Dai-vos primeiramente ao Mestre; então Ele trabalhará convosco. A cada homem dá Ele sua obra.
Está a Irmã White Enriquecendo?
Tem sido dito por vezes que estou procurando ficar rica. Alguns nos têm escrito, indagando: "Não é a fortuna da Sra. White de milhões de dólares?" Folgo em poder dizer: "Não." Não possuo neste mundo qualquer lugar livre de dívida. Por quê? - Porque vejo tanto trabalho missionário a fazer. Em tais circunstâncias, poderia eu amontoar dinheiro? - Não, em verdade. Recebo direitos autorais da venda de meus livros; mas quase tudo é gasto em trabalho missionário.
O diretor de uma de nossas casas publicadoras em afastado país estrangeiro, ao ouvir de outros, recentemente, que eu me achava em necessidade de meios, mandou-me um cheque de quinhentos dólares; e na carta que acompanhava o dinheiro, disse ele que, em troca dos milhares de milhares de dólares de direitos autorais que eu enviara a seu campo missionário para tradução e distribuição de livros novos, e para manutenção de novos empreendimentos missionários, ele incluía os quinhentos dólares como pequenino testemunho da apreciação deles. Enviaram-no em virtude de seu desejo de ajudar-me em meu momento de necessidade especial; mas até aqui tenho dado para manutenção da causa do Senhor em terras estrangeiras todos os direitos autorais que me vêm da venda de meus livros estrangeiros na Europa; e pretendo devolver estes quinhentos dólares assim que me seja possível livrar-me de débito.
Para glória de Deus, dir-vos-ei que há cerca de quatro anos Ele me habilitou a terminar de escrever um livro acerca das parábolas de Jesus, e então Ele me pôs no coração dar esse livro para o desenvolvimento de nossa obra educativa denominacional.
Naquela época algumas de nossas escolas missionárias maiores e colégios se achavam em pesados débitos; mas mediante os esforços de nosso povo para vender esse livro e dedicar todo o lucro à liquidação dessas dívidas, mais de duzentos mil dólares já foram recolhidos e aplicados para esse fim; e a boa obra continua ainda. O êxito desse plano tem-me sido uma fonte de grande satisfação. Estou agora terminando outro livro, para ser usado da mesma maneira para outros empreendimentos.
O lucro financeiro, porém, não é o aspecto mais animador para mim. Gosto de deter-me na ideia de que a circulação desses livros está trazendo muitas almas à verdade. Esse pensamento alegra na verdade meu coração. Não tenho tempo de sentar-me a lamentar. Vou simplesmente avante com meu trabalho, e conservo-me escrevendo, escrevendo, escrevendo. De manhã cedo, quando vós outros estais dormindo, acho-me em geral de pé, a escrever.
Nem a doença me tem feito deixar de escrever. Não muito depois de ir para a Austrália, fui atacada de enfermidade. Devido à umidade das casas, sofri um ataque de reumatismo inflamatório, que me prostrou por onze meses. Eu me encontrava por vezes em intensa agonia. Só podia dormir numa posição por cerca de duas horas, e depois tinha de ser mudada de modo a ficar em outra posição. Meu colchão pneumático não me oferecia senão pequeno alívio, e passei por períodos de grande sofrimento.
A despeito disto, porém, não deixei meu trabalho. Meu braço direito, do cotovelo à ponta dos dedos, estava livre de dor; o resto do braço, todo o braço esquerdo e ambos os ombros, não se podiam mover por si mesmos. Foi feito um aparelho de madeira, e com esse auxílio foi-me possível escrever. Durante esses onze meses escrevi duas mil e quinhentas páginas de papel de carta, para enviar através das grandes águas do Pacífico para serem publicadas nos Estados Unidos.
Sinto-me tão grata ao Senhor porque Ele nunca me decepciona; dá-me força e graça. Ao achar-me ao lado de meu marido moribundo, pus minha mão na sua, e disse: "Conhece-me marido?" Ele acenou que sim. Eu disse: "Através de todos estes anos deixei que você assumisse as responsabilidades dos negócios, e tomasse a iniciativa nos novos empreendimentos. Prometo-lhe agora ser eu própria uma pioneira." E acrescentei: "Se você compreende o que eu lhe digo, aperte minha mão um pouco mais firmemente." Ele assim fez; não podia falar.
Depois de meu marido ser deposto no sepulcro, seus amigos pensaram em colocar uma coluna partida como monumento.
"Nunca!" Disse eu, "nunca! Ele fez, sozinho, o trabalho de três homens. Nunca será colocado sobre seu túmulo um monumento partido." ...
Deus me tem ajudado. Glorifico hoje Seu nome na presença de Seu povo. Passei cerca de dez anos na Austrália. Foi feita ali uma obra maravilhosa; mais de outro tanto, todavia, poderia haver sido feito, houvéssemos nós tido os homens e os meios que deveríamos. Damos entretanto graças a Deus por Sua mantenedora presença, e pelo que podemos agora ver naquele campo em resultado dos esforços ali desenvolvidos. Manuscrito 8, 1904.
Diligente, Infatigável Atividade
Devem-se realizar reuniões campais em nossas cidades grandes. E se os oradores forem cuidadosos em tudo quanto disserem, serão alcançados corações ao ser a verdade proclamada no poder do Espírito. O amor de Cristo sendo recebido no coração, banirá o amor do erro. O amor e a benevolência manifestos na vida de Cristo devem manifestar-se na vida dos que trabalham para Ele. A diligente, infatigável atividade que Lhe assinalou a existência deve distinguir-lhes a vida. O caráter do cristão deve ser uma reprodução do caráter de Cristo.
Não nos esqueçamos nunca de que não pertencemos a nós mesmos, de que fomos comprados por preço. Nossas faculdades devem ser consideradas depósitos sagrados, para serem usadas para glória de Deus e benefício de nossos semelhantes. Somos uma parte da cruz de Cristo. Com sincera, constante fidelidade devemos buscar salvar os perdidos. Manuscrito 6, 1902.
E.G.White
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