13.5.13

Jesus nos Amou Primeiro




Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prémio? Correi de tal maneira que o alcanceis. I Cor. 9:24.
Os competidores nos antigos jogos, depois de se haverem submetido a renúncia e rígida disciplina, não estavam ainda assim seguros da vitória. "Não sabeis vós", pergunta Paulo, "que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prémio?" I Cor. 9:24. Não importa com quanto entusiasmo e ardor tivessem corrido os competidores, o prémio seria apenas de um. A mão de um apenas agarraria o cobiçado galardão. Alguns podiam dedicar supremo esforço para obter o prémio, mas ao estenderem a mão para apanhá-lo, outro, um instante antes dele, poderia arrebatar-lhe o cobiçado tesouro.
Tal não é o caso na milícia cristã. Ninguém que se submete às condições ficará desapontado ao fim da carreira. Ninguém que seja fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos, bem como o mais forte, podem alcançar a coroa de glória imortal. Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a vida em conformidade com a vontade de Cristo. A prática, nos pormenores da vida, dos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus, é não raro olhada como coisa sem importância - assunto por demais trivial para que se lhe dê atenção. Mas considerando o que está em jogo, nada é pequeno quando ajuda ou estorva. Cada ato acrescenta seu peso na balança que determina a vitória ou fracasso na vida. E a recompensa dada aos que triunfam será proporcional à energia e fervor com que lutaram. ...
Paulo sabia que sua batalha contra o mal não terminaria enquanto ele tivesse vida. Sempre sentia a necessidade de colocar estrita guarda sobre si mesmo, para que os desejos terrestres não lograssem minar seu zelo espiritual. Com todas as suas forças continuava a lutar contra as inclinações naturais. Sempre mantinha diante de si o ideal a ser alcançado, e esse ideal procurava ele alcançar mediante voluntária obediência à lei de Deus. Suas palavras, atos e paixões - tudo era posto sob o controle do Espírito de Deus.
Era esta inteireza de propósitos para vencer na carreira pela vida eterna que Paulo ansiava ver revelada na vida dos crentes coríntios. Ele sabia que para alcançarem o ideal de Cristo, tinham eles diante de si uma luta vitalícia na qual não haveria tréguas. Insistia com eles para que lutassem lealmente, buscando dia a dia a piedade e a excelência moral. Suplicava-lhes para porem de lado todo o embaraço, e a prosseguir rumo ao alvo da perfeição em Cristo. ...
Um alvo mantinha ele sempre diante de si, e lutava fervorosamente por alcançá-lo - "a justiça que vem de Deus, pela fé". Filip. 3:9. Atos dos Apóstolos, págs. 313-315.
A Lei Real Mede o Caráter
Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura..., fazeis bem. Tia. 2:8.
O padrão para medir o caráter é a lei real. A lei é o revelador do pecado. Pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas o pecador é constantemente atraído para Jesus pela maravilhosa manifestação de Seu amor, humilhando-Se a Si mesmo para morrer a ignominiosa morte sobre a cruz. Que estudo é este! Anjos têm procurado e ansiosamente anelado devassar esse maravilhoso mistério. É um estudo que pode pôr à prova a mais elevada inteligência humana: que o homem, decaído, enganado por Satanás, tomando o partido de Satanás na questão, pode ser conforme à imagem do Filho do Deus infinito - que o homem será semelhante a Ele, que, em virtude da justiça de Cristo concedida ao homem, Deus amará o homem, caído mas redimido, assim como amou Seu Filho. Lede-o diretamente dos oráculos vivos.
Este é o mistério da piedade. Este quadro é do mais alto valor. Deve-se meditar nele, ele deve ser colocado em todo discurso, pendurado na galeria da memória, proferido pelos lábios humanos e traçado por seres humanos que provaram e viram que o Senhor é bom. Deve ser o fundamento de todo discurso. ...
O cristão é o tipo mais elevado de homem porque é semelhante a Cristo. ... Ele reconhece sua fraqueza, apega-se com firme decisão e viva fé à força de Deus, e é um vencedor. Sua paz e alegria tornam-se grandes, pois provêm do Senhor, e não há nada mais agradável à vista de Deus do que a contínua humilhação do coração diante dEle. Essas evidências são provas inconfundíveis de que o Senhor comoveu corações pelo Seu Santo Espírito. Mais admirável do que milagres de cura física é o milagre operado no filho de Deus ao lutar com defeitos naturais e vencê-los. O Universo de Deus olha para ele com muito mais alegria do que para alguma esplêndida exibição exterior. O caráter interior é moldado de acordo com o Modelo divino. ...
Enaltecer a Cristo como a única fonte de força, apresentar o Seu incomparável amor em fazer com que a culpa dos pecados dos homens seja lançada em Sua conta e que Sua justiça seja imputada ao homem, não invalida a lei de modo algum, nem diminui a sua dignidade. Antes coloca-a onde a luz correta incide sobre ela e a glorifica. Isto só é efetuado pela luz refletida da cruz do Calvário. A lei só é completa e plena no grande plano da salvação ao ser apresentada à luz que dimana do Salvador crucificado e ressuscitado. Isto só pode ser discernido espiritualmente. Ateia no coração do espectador a ardente fé, esperança e alegria de que Cristo é sua justiça. Esta alegria só é para aqueles que amam e guardam as palavras de Jesus, as quais são as palavras de Deus. Manuscrito 24, 1888.
O Princípio do Amor na Lei
Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro. I João 4:19.
Não há evidência de genuíno arrependimento, a menos que se opere a reforma. Restituindo o penhor, devolvendo aquilo que roubara, confessando os pecados e amando a Deus e ao próximo, pode o pecador estar certo de que passou da morte para a vida.
Quando, como seres pecaminosos e sujeitos ao erro, chegamos a Cristo e nos tornamos participantes de Sua graça perdoadora, surge o amor em nosso coração. Todo peso se torna leve, pois é suave o jugo que Cristo impõe. O dever torna-se deleite, o sacrifício prazer. O caminho que antes se parecia envolto em trevas, torna-se iluminado pelos raios do Sol da Justiça.
A amabilidade do caráter de Cristo se manifestará em Seus seguidores. Era Seu deleite fazer a vontade de Deus. Amor a Deus, zelo por Sua glória, era o motivo dominante na vida de nosso Salvador. O amor embelezava e enobrecia todos os Seus atos. O amor vem de Deus. O coração não consagrado não o pode originar nem produzir. Encontra-se unicamente no coração em que reina Jesus. "Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro." I João 4:19. No coração renovado pela graça divina, o amor é o princípio da ação. Modifica o caráter, governa os impulsos, domina as paixões, subjuga a inimizade e enobrece as afeições. Este amor, abrigado na alma, ameniza a vida e espalha ao redor uma influência enobrecedora.
Há dois erros contra os quais os filhos de Deus - particularmente os que só há pouco vieram a confiar em Sua graça - devem, especialmente, precaver-se. O primeiro, é o de tomar em consideração as suas próprias obras, confiando em qualquer coisa que possam fazer, a fim de pôr-se em harmonia com Deus. Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Tudo que o homem possa fazer sem Cristo, está poluído de egoísmo e pecado. É unicamente a graça de Cristo, pela fé, que nos pode tornar santos.
O erro oposto e não menos perigoso é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção.
Mas notai aqui que a obediência não é mera aquiescência externa, mas sim o serviço de amor. A lei de Deus é uma expressão de Sua própria natureza; é uma corporificação do grande princípio do amor, sendo, daí o fundamento de Seu governo no Céu e na Terra. Se nosso coração é renovado à semelhança de Deus, se o amor divino é implantado na alma, não será então praticado na vida a lei de Deus? Implantado no coração o princípio do amor, renovado o homem segundo a imagem dAquele que o criou, cumpre-se a promessa do novo concerto: A obediência - nosso serviço e aliança de amor - é o verdadeiro sinal de discipulado. Caminho a Cristo, págs. 59 e 60.
O Plano da Redenção
Visto como, pelo Seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo dAquele que nos chamou para a Sua própria glória e virtude. II Ped. 1:3.
O plano da salvação apenas é compreendido vagamente pelo mundo cristão. O homem, segundo agora é ensinado por homens que alegam ter conhecimento das Escrituras, nunca poderá conhecer a extensão de sua condição decaída e degradada; mas a missão de Cristo revelará a verdade assim como é em Jesus. O homem só pode compreender as profundezas em que se afundou contemplando a maravilhosa corrente da redenção utilizada para tirá-lo de lá. A extensão de nossa ruína só pode ser discernida à luz da lei de Deus manifestada na cruz do Calvário. O maravilhoso plano da redenção precisa ser discernido na morte de Cristo.
O mundo, por sua própria sabedoria, não pode adquirir correto conhecimento do Deus vivo e verdadeiro. Quando Cristo veio a este mundo, cobrindo Sua divindade com a humanidade, o tratamento que Ele recebeu das mais altas autoridades de uma nação que professava conhecer a Deus tornou plenamente manifesta a força da sabedoria e razão humana. Sua razão não pôde formar uma idéia correta de Deus por meio de Seu caminho e obras.
Somente pela fé em Cristo é possível ao homem viver a lei. O homem não é capaz de salvar-se a si mesmo, mas o Filho de Deus trava as batalhas por ele e coloca-o numa posição vantajosa concedendo-lhe Seus atributos divinos. E quando aceita a justiça de Cristo, o homem é participante da natureza divina. Ele pode guardar os mandamentos de Deus e viver. Diz Pedro: ... "Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo." II Ped. 1:4.
A verdade, assim como é em Jesus, é obediência a todos os preceitos de Jeová. É a obra efetuada no coração. A santificação bíblica não é a santificação espúria que não examina as Escrituras, mas confia mais em bons sentimentos e impulsos do que na procura pela verdade como a um tesouro escondido. A santificação bíblica levará os seus possuidores a conhecer os requisitos de Deus e a obedecer-lhes. Há um Céu puro e santo à espera dos que guardam os mandamentos de Deus. Ele merece vitalício, perseverante e incansável esforço. Satanás está à vossa direita e à vossa esquerda; ele está diante e atrás de vós. Oferece suas falsidades a toda pessoa que não acalenta a verdade assim como é em Jesus. Ele, o destruidor, cai sobre vós para tolher todos os vossos esforços. Há, porém, uma coroa da vida a ser alcançada, uma vida que se mede pela vida de Deus. E os que não fecham o coração e a mente à convicção aprenderão o que é o amor de um Deus santo e justo; pois é um admirável princípio que opera de modo misterioso e maravilhoso para produzir a salvação do homem. Review and Herald, 8 de fevereiro de 1898.

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