17.4.13

As Três Mensagens Angélica são a Verdade Presente

1 – AS DIMENSÕES ILIMITADAS DO EVANGELHO
Considerando a etimologia da palavra Evangelho, encontramos em sua raiz o termo anjo (cujo significado é o de um mensageiro), no caso referindo-se à mensagem trazida por um mensageiro celestial, acrescido de um prefixo indicativo de beleza e qualidade. Assim, Evangelho é a “boa nova”, a maravilhosa mensagem proclamada dos céus, de que Deus verdadeiramente é amor, e que este amor se revela de maneira especial no Seu Plano da Salvação.
A mensagem do “evangelho eterno” focalizada em Apocalipse 14:6-7, como se depreende do próprio qualificativo “eterno” a ela acrescido, não se limita no tempo e no espaço, sendo abrangente e envolvendo todo o Universo, pois tem a ver não só com o ser humano, mas também com todos os seres morais criados por Deus.
Assim, em sua dimensão temporal, temos a revelação da eternidade do Evangelho por exemplo nas passagens seguintes:
I S. Pedro 1:18-20 – “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós, que, por meio d’Ele tendes fé em Deus, o qual O ressuscitou dentre os mortos e Lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.”
Efésios 1:3-4 – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu n’Ele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele.”
João 17:24 – “Pai, a Minha vontade é que onde Eu estou, estejam também comigo os que Me deste, para que vejam a Minha glória que Me conferiste, porque Me amaste antes da fundação do mundo.”
Mateus 25:34 – “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”
E, na sua dimensão espacial, temos a revelação da abrangência do Evangelho por exemplo na passagem seguinte:
Colossenses 1:15-20 – “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criação; pois n’Ele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio d’Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. N’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogénito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude, e que, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio d’Ele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.”
Complementando essa passagem, é bastante ilustrativo o trecho constante do livro “Patriarcas e Profetas”, páginas 64 e 65, transcrito a seguir:
“Mas o plano da redenção tinha um propósito ainda mais vasto e profundo do que a salvação do homem. Não foi para isto apenas que Cristo veio à Terra; não foi simplesmente para que os habitantes deste pequeno mundo pudessem considerar a lei de Deus como devia ela ser considerada; mas foi para reivindicar o caráter de Deus perante o Universo. Para este resultado de Seu grande sacrifício, ou seja, a influência do mesmo sobre os entes de outros mundos, bem como sobre o homem, olhou antecipadamente o Salvador quando precisamente antes de Sua crucifixão disse: ‘Agora é o juízo deste mundo: agora será expulso o príncipe deste mundo. E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim.’ (S. João 12:31-32).
 
O ato de Cristo ao morrer pela salvação do homem não somente tornaria o Céu acessível à humanidade, mas perante todo o Universo justificaria a Deus e Seu Filho, em Seu trato com a rebelião de Satanás. Estabeleceria a perpetuidade da lei de Deus, e revelaria a natureza e os resultados do pecado. Desde o princípio a grande controvérsia fora a respeito da lei de Deus. Satanás procurara
provar que Deus era injusto, que Sua lei era defeituosa, e que o bem do Universo exigia que ela fosse mudada. Atacando a lei, visava ele subverter a autoridade de seu Autor. Mostrar-se-ia no conflito se os estatutos divinos eram deficientes e passíveis de mudança, ou perfeitos e imutáveis.
Foi maravilha para o Universo todo que Cristo Se humilhasse para salvar o homem decaído. Que Aquele que passara de uma estrela para outra, de um mundo para outro, dirigindo tudo, suprindo pela Sua providência as necessidades de toda a ordem de seres em Sua vasta criação – que Ele consentisse em deixar Sua glória e tomar sobre Si a natureza humana – era um mistério que os seres sem pecado de outros mundos desejavam compreender. Quando Cristo veio ao nosso mundo sob a forma humana, todos estavam profundamente interessados em acompanhá-l’O, ao percorrer Ele, passo a passo, a vereda ensanguentada a partir da manjedoura ao Calvário. ... E ao clamar Cristo em Sua aflição mortal sobre a cruz: ‘Está consumado’, um brado de triunfo repercutiu por todos os mundos, e pelo próprio Céu.”
2 – PROPÓSITO E DESÍGNIO NA FUNDAÇÃO DO MUNDO
“Na mensagem do primeiro anjo, o Senhor nos mostra Seu interesse pelos eventos humanos. Ele mostra a forte relação entre o Céu e a Terra.  Ele nos mostra que não estamos sós e presos em algum canto remoto do Universo.”
De fato, até certo ponto a Terra permanece no centro das atenções de todo o Universo. Não que daí materialmente resulte, obrigatoriamente, um modelo geocêntrico, mas sim que, por ser o palco do desenrolar do Plano da Salvação, sobre a Terra volvem os olhares de todos os demais mundos criados, bem como de todos os seres celestiais.
No contexto desta Lição, podem ser ressaltados vários aspectos de interesse quanto às evidências de planeamento, desígnio e propósito na criação de nosso mundo, especialmente relacionados com o Plano da Salvação, e que na realidade tornam nosso planeta verdadeiramente “sui generis” e centro das atenções de todo o Universo.
Dentre esses aspectos, consideram-se, a seguir, alguns que têm a ver com a revelação do Plano da Salvação antecipado no âmbito dos movimentos relativos dos corpos celestes, conforme declarado no próprio relato do quarto dia da semana da criação – “Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos ... e fez também as estrelas” (Génesis 1:14 e 16).
·       Movimento aparente anual do Sol
O movimento anual aparente do Sol, caracterizando o ciclo das estações, originalmente prefigurava o nascimento do Messias (no solstício de inverno no hemisfério norte), lamentavelmente tendo dado origem à contrafação pagã que substituiu essa prefiguração pela adoração do próprio Sol como divindade.
Esse ciclo das estações prefigurava também, desde os dias imediatos após o dilúvio (nas festividades anuais de primavera e outono), a primeira e a segunda vinda de Cristo ao mundo, conforme posteriormente caracterizado nas festividades judaicas, tendo dado origem, da mesma forma, à contrafação pagã que substituiu essa prefiguração por ritos licenciosos da fertilidade.
·       Movimento aparente mensal da Lua
As fases da Lua também prefiguravam o nascimento do Messias, na Lua-nova, até a sua plenitude, na Lua-cheia, quando então era apresentado o Seu sacrifício, em pleno vigor da vida. O próprio calendário luni-solar judaico fazia coincidir a festa da Páscoa com a Lua-cheia do primeiro mês da primavera (14 de Nisan). 
·       Movimento aparente anual do Sol através da eclítica
A instituição das constelações zodiacais é outra clara demonstração de uma revelação dada ao homem a respeito do Plano da Salvação. A intenção era caracterizar o futuro da humanidade, em função do sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus (Aries), que viria ao mundo nascido de uma virgem (Virgo), enfrentaria a luta contra o inimigo (Scorpio) que feriria o seu calcanhar (Sagitarius), mas cuja cabeça seria esmagada (Ophiucus), e vitorioso como o Leão de Judá (Leo), finalmente executaria o juízo (Libra). Também neste caso, lamentavelmente prosperou a contrafação pagã que induziu a crença de que o destino individual das pessoas é que estaria descrito no zodíaco.
Outra interessante consideração tem a ver com a relação entre as datas fixadas para as festividades judaicas no calendário luni-solar hebraico, e o período profético das 2.300 “tardes e manhãs”. Pode-se verificar, nesse sentido, a congruência do período de 2.300 anos com os ciclos luni-solares envolvidos nesse período. Recomendamos a esse propósito a leitura do Apêndice da publicação da Sociedade Criacionista Brasileira intitulada “O Cientista Isaac Newton – Adventista?”.
3 – EMBATES CONCEITUAIS ENVOLVIDOS NA MENSAGEM DO PRIMEIRO ANJO
Para destacar a importância da Mensagem do Primeiro Anjo de Apocalipse 14:6-7, como a “Verdade Presente” para nossos dias, apresenta-se na página seguinte uma planilha indicativa de eventos cumulativos nos últimos cerca de 150 anos, em áreas distintas da atividade humana, que compõem um mosaico que permite visualizar a interconexão entre eles, e vislumbrar o sentido geral em que as coisas estão ocorrendo, caminhando rapidamente para uma crise final envolvendo todos os campos conflitantes. As datas indicadas na planilha, bem como algumas referências específicas, são apresentadas a seguir.
MARCOS PROFÉTICOS 
1755 – Terramoto de Lisboa
1780 – Escurecimento do Sol e da Lua
1798 – Fim do predomínio papa1
1833 – Queda das estrelas
1844 – Purificação do santuário
Ref. – “Prenúncios do Segundo Advento de Cristo à Luz da Ciência Moderna” (S.C.B., 1995)
MOVIMENTOS RELIGIOSOS  
1799 – Sociedade Missionária da Inglaterra
1804 – Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira
1816 – Sociedade Bíblica Americana
1830 – Fundação do Mormonismo
1831 – Início da pregação de Guilherme Miller
1844 – Decepção Adventista
 Frederick Wheeler, primeiro pregador adventista do sétimo dia
1847 – Visão de Ellen White sobre o sábado
1848 – Batidas na casa das irmãs Fox
1857 – “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec
1867 – “A Génese” de Allan Kardec
1879 – Início das Testemunhas de Jeová
1879 – Fundação da Igreja de Cristo Cientista
MOVIMENTOS POLÍTICO-SOCIAIS  
1776 – Independência Americana
1789 – Tomada da Bastilha
1793 – Execução de Luís XVI
1798 – Aprisionamento de Pio VI
1848 – Manifesto Comunista
1867 – “O Capital” de Karl Marx
1917 – Revolução Bolchevista
MOVIMENTOS CIENTÍFICOS  
1633 – Julgamento de Galileu
1785 – “Memórias sobre a Teoria da Terra” de Hutton
1795 – “Teoria da Terra” de Hutton
1809 – “Filosofia Zoológica” de Lamarck
1815 – “História Natural dos Animais Invertebrados” de Lamarck
1830 – “Princípios de Geologia” de Lyell
1837 – Viagem de Darwin ao redor do mundo
1859 – “A Origem das Espécies” de Darwin
ALGUNS DESTAQUES RELACIONADOS COM EVENTOS CONSTANTES DA PLANILHA
A – MOVIMENTOS POLÍTICO-SOCIAIS - Execução de Luís XVI (21 de janeiro de 1793)
“Não bastava contudo destronar os reis da terra; era mister também destronar o rei do céu, e para isto se decretou a abolição do cristianismo, sendo roubados os tesouros das igrejas, fundidos os sinos para bronze dos canhões, substituídos os “santos” pelos corifeus revolucionários, ... estabelecendo em Notre Dame, sob cujas abóbadas ressoavam as vozes de furibundos pregadores leigos, o culto da deusa Razão (10 de novembro de 1793).” (Oliveira Lima, História da Civilização, p. 484).  
B – MOVIMENTOS CIENTÍFICOS - Gestação do Darwinismo
Em uma carta escrita por Darwin em 1844 a seu amigo íntimo, o botânico Joseph Hooker, dizia ele: “Estou quase convencido (muito ao contrário da opinião que eu tinha inicialmente) de que as espécies não são imutáveis (é quase como confessar um assassinato!)”. (Nordenskiold, E., “The History of Biology”, pp. 463-464).  
C – MOVIMENTOS RELIGIOSOS - Grupos Espiritualistas  
“Foi no século XIX que o espiritualismo iniciou-se como uma religião organizada. Em 1848 duas moças, Margareth e Kate Fox, em Hydesville, vila do oeste de Nova York, ouviram estranhas batidas na cabana em que viviam. Falaram ao espírito que produzia as pancadas, sugeriram um código, e começaram a receber mensagens. Anos antes desses acontecimentos, outro morador no Estado de Nova York, Andrew Jackson Davis, havia escrito um livro que chamou “Os Princípios da Natureza, suas Revelações divinas”, baseado em suas experiências com os espíritos. As irmãs Fox e Davis produziram o impulso que trouxe o Espiritualismo em forma organizada.” (Encyclopaedia Britannica, vol. XVII, p. 512, Verbete “Spiritualist Groups”).  
 
D – MARCOS PROFÉTICOS – Cadeias proféticas apontando para o “tempo do fim”  
A cadeia profética das 2300 tardes e manhãs, incorporando em seu início o período das “setenta semanas” constitui um impressionante marco profético que nos leva até o ano de 1844, em conexão com o “dia do juízo”, época da pregação da mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:6-7 – “Adorai a Deus e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora de Seu juízo”. E o mais impressionante é a exacerbação do conflito entre a adoração ao Criador e a remoção da presença de Deus como Criador, em todos os setores da sociedade, como evidenciado na planilha da página seguinte.   
 
Resta-nos uma pergunta pertinente: Esses embates conceituais que se têm desenvolvido em escala crescente desde meados do século XIX, são meras coincidências, ou por detrás deles está o desenrolar de um conflito final entre os que adoram a Deus, e os que O rejeitam?
Por Rui Vieira, engenheiro, ex-professor do ITA e atual Presidente da Sociedade Criacionista Brasileira.
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