Os livros de Joel e Apocalipse mostram que haverá um segundo grande derramamento do Espírito Santo. A Bíblia chama a esse derramamento “chuva serôdia”. A isto chamamos “Atos Dois”. Estamos a viver entre esses dois grandes derramamentos do Espírito Santo, entre os dois grandes “atos” do Espírito: “Atos Um” e “Atos Dois”.
Para evitar dúvidas, a expressão “Atos Um” , usada neste post, não se refere ao segundo capítulo do Novo Testamento. Estas expressões referem-se mais exactamente aos dois grandes atos do Espírito: um relatado no livro bíblico de Atos como tendo acontecido no passado (Pentecostes, chuva temporã do Espírito) e o outro predito para o futuro (chuva serôdia do Espírito).
Estes dois derramamentos ou atos do Espírito Santo guardam entre si muitas semelhanças. “Atos Um”, o primeiro derramamento iniciado no Pentecostes, baseou-se na promessa de Jesus e começou com a sua partida da Terra para o Céu. “Atos Dois” também se baseia na promessa de Jesus e culminará com a volta de Jesus. “Atos Um” sobreveio em resposta a uma reunião de oração de dez dias dos crentes orando unânimes para que se cumprisse a promessa de Jesus, e começou quando Deus respondeu às orações deles derramando o Seu Espírito na chuva temporã. “Atos Dois” começará quando o Senhor responder às orações do Seu povo que reclama as promessas de Deus, trazendo como resultado o derramamento do Espírito na chuva serôdia. Durante “Atos Um”, o Espírito Santo está no pleno controlo da igreja de Deus. Em “Atos Dois”, a igreja voltará a ser novamente controlada e dirigida pelo Espírito Santo.
Que semelhança haverá quando “Atos Dois” acontecer e sobrevir o derramamento da chuva serôdia? Podemos descobrir isso examinando detidamente o que aconteceu no tempo de “Atos Um”, com a exceção de que o último derramamento será com maior manifestação de poder do Espírito Santa na Terra do que o primeiro. Vejamos, portanto, o que acontece durante “Atos Um”, conforme descrição
encontrada no livro Atos dos Apóstolos.
encontrada no livro Atos dos Apóstolos.
Em “Atos Um” Jesus tinha prometido uma dotação extraordinária do Espírito Santo (Atos 1:4,5 e 8). “Atos Um” começou como o resultado de uma reunião de oração de dez dias em que todos os participantes se encontravam no “mesmo lugar” e eram “unânimes” na súplica pela promessa de Jesus (Atos 1:14; 2:1).
O primeiro derramamento do Espírito começou no dia de Pentecostes, quando “todos” os que estavam a orar ficaram “cheios” do Espírito Santos (Atos 2:2-4). Pedro interpretou o que estava a ocorrer quando pregou à grande multidão que se reunia em Jerusalém para a festa do Pentecostes. O apóstolo mostrou o que acontecia como sendo predito pelo profeta Joel (Joel 2:23). O vidente tinha profetizado uma experiência de chuva temporã e de chuva serôdia no Espírito Santo. Tinha também declarado que o “Eu sou” apareceria a Israel justamente antes desse acontecimento, uma alusão ao primeiro advento de Cristo (Joel 2:27; João 8:58). As maravilhosas boas-novas da profecia de Joel eram de que o Espírito Santo seria enviado da parte do Pai, depois que Ele voltasse ao Céu para ministrar como nosso sumo sacerdote (João 14:16 e 26; Atos 1:4,5).
O que aconteceu durante a experiência espiritual de “Atos Um”?
O que aconteceu quando o Espírito Santo foi derramado na igreja primitiva? Vemos no livro de Atos que o poder do Espírito Santo passou a acompanhar a pregação dos apóstolos. Milhares de ouvintes se convertiam e aceitavam a Cristo como Salvador (Atos 2:37,38, 41; 4:4; 11:21). Jesus tinha predito que eles receberiam este “poder” do Espírito Santo para testemunharem (Atos 1:8).
Vemos ali também os crentes perseverando de maneira firme e persistente na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações (Atos 2:42). Eles se apegavam à verdade e aos ensinos da Palavra de Deus, a Bíblia. O companheirismo iniciado na reunião de oração de dez dias foi mantido posteriormente.
Percebe-se na experiência de “Atos Um” um espírito de generosidades (Atos 2:44,45). Não havia ambição egoísta, nem ganância, nem mesquinharia. Esses cristãos primitivos estavam ansiosos para ajudar os necessitados companheiros de fé.
Eles perseveravam na comunhão diária com as reuniões de oração no templo e nos lares. Repletos de felicidade e alegria, continuamente louvavam a Deus. Estes primeiros crentes tinham “singeleza” de coração, unidos com um único pensamento dominantes no coração. A sua singeleza de propósito era conhecer e servir a Cristo e conquistar outros para servir a Cristo. Deus fazia com que desfrutassem da “simpatia” de todo o povo, o que trazia como resultado pessoas sendo ganhas para Cristo dia após dia (Atos 2:46,47).
Durante “Atos Um” foi pregado e vivenciado o evangelho da salvação (Atos 5:12-16). Os doentes eram curados; os demónios, expulsos; e muitas pessoas aceitavam a Cristo.
Um dos fenómenos mais notáveis ocorridos durante “Atos Um” é o registo do Espírito Santo a dirigir a igreja de forma bastante perceptível e dramática. Foi Ele quem revelou a Pedro importantes informações a respeito de duas pessoas que estavam a enganar a igreja (Atos 5:1-3). Anjos intervieram em favor do progresso da igreja quando Pedro foi solto da prisão (Atos 5:17-20). O anjo do Senhor e o Espírito Santo deram instruções a Filipe a respeito de um etíope a quem Deus queria que o evangelho fosse pregado (Atos 8:26-29 e 31). O Espírito Santo deu a Pedro uma visão corrigindo a má compreensão do Apóstolo sobre o Evangelho aos gentios (Atos 10:9-14 e 28).
Há o relato do Espírito Santo a dar instruções específicas a Pedro (Atos 11:12). O dom de profecia foi posto em operação pelo Espírito Santo na igreja primitiva (Atos 11:27,28; 21:9). O Espírito Santo recomendou que a igreja separasse Barnabé e Paulo para a obra que Ele lhes tinha designado (Atos 13:2). Um importante concílio convocado em Jerusalém para determinar o que se devia exigir aos gentios recém-convertidos teve a direcção do Espírito Santo (Atos 15:28). O Espírito interveio para impedir uma viagem missionária planeada e concedeu uma visão mostrando para onde ir (Atos 16:6,7 e 10). O Espírito Santo informou o Apóstolo Paulo das futuras cadeias e aflições que ele deveria padecer (Atos 20:20,23).
Alguns têm declarado que o livro de Atos dos Apóstolos deveria ser chamado “Atos do Espírito”. Concordo. Percebem-se claramente na experiência de “Atos Um” da igreja primitiva pós-pentecostal a influência, a direcção, a capacitação e a persuasão do Espírito Santo.
Estou certo de que todo cristão que lê o livro de Atos no Novo Testamento anseia que iguais manifestações do Espírito Santo aconteçam na sua vida e na sua igreja. A boa notícia é que algum dia o Espírito Se manifestará novamente da mesma forma perceptível e dramática. Isso acontecerá quando a chuva serôdia do Espírito for derramada sobre a igreja de Deus. Esse é o fenómeno espiritual que chamo “Atos Dois”.
O Batismo do Espírito Santo
Por Dennis Smith
Continua (clicar)
Adaptado por Pr. José Carlos Costa
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